Por que caso Antonelli difere de Herta em obtenção da superlicença da FIA

Andrea Kimi Antonelli está a pouco mais de três meses de fazer 18 anos, o que pode ser levado em consideração, uma vez que possui os pontos da superlicença — exatamente o que Colton Herta não tinha chances de atingir em 2022

Mais uma vez, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) se vê diante de uma solicitação de superlicença para um piloto que não preenche todos os requisitos exigidos. Mas o caso de Andrea Kimi Antonelli, ainda que cause espanto levando em consideração que o italiano estava na FRECA no ano passado, é significativamente distinto do de Colton Herta, que teve o passe negado quando era cotado para correr na AlphaTauri em 2023.

A superlicença é um sistema criado pela entidade que regula o esporte para controlar a chegada de pilotos ao grid da Fórmula 1, categoria que é considerada o degrau máximo na escada dos monopostos. São inúmeros critérios que precisam ser preenchidos para que um competidor seja considerado apto para a categoria, e o principal dele é o sistema de pontuação.

Ao todo, o piloto precisa ter um mínimo de 40 para se candidatar à superlicença, e a forma mais fácil de chegar a esse número é sendo campeão ou da Fórmula 2 (classe que antecede a F1) ou da Indy (principal categoria de monopostos dos Estados Unidos). O título já garante os 40 tentos, e no caso da F2, segundo e terceiro colocados também atingem a mesma pontuação.

O título da Fórmula 3, por exemplo, dá ao piloto 30 pontos, assim como o da Fórmula E e o do Mundial de Endurance (WEC). FRECA, por sua vez, rende 25 tentos ao vencedor do campeonato, enquanto títulos na Fórmula 4 distribuem 12 tentos.

Colton Herta não conseguiu a superlicença porque esbarrou em uma questão complicada: os pontos (Foto: Indycar)

As demais posições na tabela também podem somar à conta do piloto. Na F2, há pontos de superlicença até o décimo colocado. Já na F4, o sétimo melhor classificado tem chance de anotar ao menos 1 tento. E assim por diante, com a FIA contemplando várias categorias, sejam de endurance ou de monopostos.

No caso de Antonelli, os pontos da superlicença foram conquistados com os títulos nas F4 Italiana e F4 Alemã em 2022 e FRECA em 2023. A FIA fez uma pequena alteração por conta da pandemia da covid-19, mas o piloto precisa chegar a essa marcação nas três melhores temporadas das últimas quatro completas disputadas.

Herta esbarrava justamente nos pontos. Na ocasião, em setembro de 2022, o norte-americano tinha 32 e não vinha bem na temporada da Indy, deixando-o dependente de outras maneiras para adquirir o passe. Só que ainda que a AlphaTauri colocasse Herta para andar nos treinos livres possíveis — a FIA dá 1 ponto a cada mais de 100 km completados em tais sessões —, ele só chegaria a 38. Stefano Domenicali chegou a dizer na época que aprovar a superlicença de Herta “colocaria credibilidade da Fórmula 1 em jogo“.

O único problema de Antonelli, no momento, é a idade mínima: 18 anos. O limite, aliás, foi imposto após a estreia de Max Verstappen na F1, que subiu da F3 europeia para a Toro Rosso aos 17 anos, 5 meses e 15 dias.

Neste instante, maio de 2024, o italiano tem 17 anos e nove meses, uma vez que atinge a maioridade em agosto. A Mercedes, equipe responsável por Kimi, também vem realizando sessões privadas de testes com modelos antigos para, em primeiro lugar, cumprir o item que estabelece ao piloto andar 300 km em ritmo de corrida em até dois dias. E como o atual piloto da Prema na F2 está muito perto de completar 18 anos, o caso torna-se mais fácil, enquanto Herta, mesmo com 22 na ocasião, estava longe do item principal exigido pela federação.

A ver como a FIA vai julgar o caso, já que, pelas regras, Antonelli só pode ser liberado após 25 de agosto, que é quando faz aniversário. E como o restante da F1 vai reagir caso o grid tenha realmente ainda este ano um jovem cuja última temporada completa foi a FRECA.

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